Ronaldo Nóbrega

Mercadante, Zhu Qingqiao e a corrida pelo selo verde brasileiro

Ronaldo Nóbrega  -   22 de julho de 2025

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Na primeira semana de julho, mais precisamente no dia 9, Aloizio Mercadante anunciou que o BNDES vai criar uma certificadora nacional de créditos de carbono. O anúncio foi feito no evento “A Transição Energética e a Sustentabilidade do Futuro”, na sede do banco, no Rio de Janeiro.

A meta é disputar protagonismo em um mercado que movimenta bilhões e deve crescer com a agenda climática internacional. “Se somos grandes provedores de recursos estratégicos, temos que disputar a certificação”, disse Mercadante.

O evento teve a presença de Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, e de Zhu Qingqiao, embaixador da China no Brasil. Dilma defendeu o uso de moedas locais nas operações financeiras do NDB como forma de escapar da dependência cambial do dólar. Zhu destacou a “complementariedade” entre os dois países e reforçou que China e Brasil são forças construtivas para a sustentabilidade global.

Mercadante aproveitou para listar números: R$ 220 bilhões já aprovados na Nova Indústria Brasil até junho. R$ 57,4 bilhões em propostas recebidas em edital para centros de P&D. E R$ 830 milhões destinados ao Ibama via Fundo Amazônia para helicópteros, lanchas e sistemas de inteligência.

Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, também anunciou que o banco iniciou testes para intermediar créditos de carbono e pretende criar uma bolsa para esse mercado.

A ex-ministra Izabella Teixeira cobrou mais agilidade e alertou que os bancos públicos precisam assumir risco. Já Kátia Abreu lembrou que sem BNDES e BB o Brasil não teria se tornado o segundo maior produtor de etanol do mundo.

Nos bastidores, o BNDES articula a criação de um Fórum dos Bancos Públicos no âmbito da Febraban para coordenar essas iniciativas. A ideia é clara: além de financiar a transição verde, o Brasil quer carimbar cada tonelada de carbono que exportar.

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