Ronaldo Nóbrega

Plano Brasis destaca força do turismo paulista

Ronaldo Nóbrega  -   23 de julho de 2025

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A apresentação do Plano Brasis em São Paulo marca um avanço concreto na maturidade institucional da política de turismo no país. Desenvolvido pela Embratur em parceria com o Sebrae e o Ministério do Turismo, o plano busca integrar estratégias federativas, segmentar mercados e posicionar o Brasil como destino competitivo no cenário global. Para o Estado de São Paulo, trata-se de uma oportunidade de consolidar um protagonismo técnico e federativo na nova arquitetura do turismo nacional.

Os números comprovam esse papel. Considerado um dos principais destinos de turistas estrangeiros no Brasil, São Paulo registrou 1.378.113 visitantes internacionais no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 24% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o número foi de 1.111.381. Somente em junho, o estado recebeu 178.390 turistas estrangeiros, crescimento de 22,9% frente a junho de 2024. Os dados são da Embratur, em parceria com a Polícia Federal e o Ministério do Turismo, disponíveis no Portal de Dados da Agência.

Esse desempenho não é casual. O estado já opera com vantagens estruturais significativas: conectividade aérea, diversificação econômica, capacidade instalada em hotelaria e serviços e um ecossistema maduro de eventos e negócios. Além disso, iniciativas como a atuação da SPCine e sua Film Commission reforçam o papel do audiovisual na promoção internacional do destino, atraindo produções que combinam cultura, imagem e investimento.

Com a criação da São Paulo State Film Commission, a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado passa a integrar o turismo a uma agenda mais ampla de economia criativa e diplomacia cultural, com foco na atração de produções internacionais.

O plano também avança na interiorização da estratégia turística, com mapeamento de regiões prioritárias como a Serra da Mantiqueira, o Vale do Ribeira e o Litoral Norte. Todas com vocações claras: turismo rural e de charme na Mantiqueira; ecoturismo e patrimônio natural no Vale do Ribeira, com destaque para o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) e Cananéia; e turismo sustentável no Litoral Norte, com Ilhabela adotando soluções de mobilidade elétrica e infraestrutura ecológica.

O que se observa é um esforço de governança. O Plano Brasis em São Paulo sinaliza uma mudança de postura: o turismo passa a ser tratado como vetor de política econômica, e não como apêndice promocional. Com dados, foco e coordenação, o estado se posiciona como referência técnica e operacional no redesenho da política nacional de turismo.

Se bem conduzido, esse modelo pode tornar-se uma política de Estado e exemplo para outras unidades da federação. São Paulo, mais uma vez, ensaia liderar. Desta vez, com planejamento, integração institucional e pragmatismo.

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