No dia 30 de junho terminou o prazo para que famílias de baixa renda, inscritas no CadÚnico, solicitassem gratuitamente a nova antena parabólica digital pelo programa Siga Antenado. O encerramento passou praticamente despercebido. O único comunicado está no site oficial, https://www.eaf.org.br/sigaantenado, a informar que não aceita mais agendamentos.
Mas por que o trabalho de agendamento parou justamente agora, quando o IBGE divulgou que 53,5% dos brasileiros com internet assistem conteúdo online diretamente pela televisão? Por que o brasileiro que depende da TV aberta para se informar e se entreter está sendo deixado sem sinal, sem aviso e sem explicação?
A troca das antenas exigia cadastro digital, CPF regularizado, acesso à internet e um mínimo de familiaridade com plataformas online, um desafio para muitos, principalmente para os mais vulneráveis.
Enquanto o consumo digital pela TV cresce a passos largos, a exclusão silenciosa avança para quem não conseguiu acompanhar essa mudança. Técnicos do governo admitem, em off, que centenas de milhares de famílias podem ficar sem sinal quando o desligamento definitivo das antigas parabólicas acontecer.
O futuro chegou, mas chegou desligando a única tela ainda acessível em muitos lares. E agora, quem vai informar quem ficou no escuro?

